Thor

5 de março de 2011 5 comentários

Eu o desejei por muito tempo. Desde minha última experiência, eu a classifico como traumática, porque eu nunca esqueci a forma como ele foi tirado de mim.

Depois de anos desejando outro não para completar o vazio deixado pelo anterior, mas para viver comigo o que não foi direito do outro. A possibilidade de tê-lo me foi dada. E eu o quis.

Ele chegou e me cativou; tomou toda a minha atenção para ele, dia e noite fazendo suas vontades e corrigindo os seus erros ou traquinagens de seu instinto, foram tantas que eu nem sei ao certo.

Foram três meses de risos e de raivas; porém, do jeito que ele chegou, também se foi, inesperado.

A primeira perda do ano, as lágrimas escorrem no meu rosto toda vez que eu lembro dele, porque é impossível não lembrá-lo, ele era a minha sombra, a carinha dele olhando para mim, pedindo carinho, a euforia dele toda vez que eu abria a geladeira - queria sempre o gelinho dele para refrescar a boca.

Quando, no silêncio do dia ou da noite, principalmente, eu escutava o seu choro num sonho que eu nunca vou saber qual era. O meu coração apertava, pois eu não queria nada de ruim para ele nem em sonho.
Cada parte da minha casa me lembra o Thor, eu sei que daqui a pouco eu não vou mais chorar, a dor vai diminuir, mas a lembrança do mais meigo e mais peralta de todos os cães, essa ninguém poderá tirar de mim.

Quando estamos com nossos cães,
não há espaço para a solidão de
espírito. Temos uma relação.