À bunda

31 de maio de 2010 6 comentários

Olha, desta vez você passou das medidas. Só não boto você para fora, agora, porque é a sua cara dar escândalo.

Estou cheia de você atrás de mim o tempo todo. Fica se fazendo de fofa, enquanto, pelas minhas costas, chama a atenção de todo mundo para meus defeitos.

Você está redondamente enganada se pensa que eu vou me rebaixar ao seu nível – o que vem de baixo não me atinge. Mas faço questão de desancar essa sua pose empinada.

Por que nunca
encara as coisas de frente?
Fica parecendo que
tem algo a esconder. Por
acaso, faz alguma
coisa que ninguém
pode saber?


Você é, e sempre foi, um peso na minha existência – cada papel que me fez passar... Diz-se sensível e profunda, mas está sempre voltada para aquilo que já aconteceu. Tenho vergonha de apresentar você às pessoas, sabia?

Por que você nunca encara as coisas de frente, bunda? Fica parecendo que, no fundo, tem algo a esconder. Por acaso, faz alguma coisa que ninguém pode saber? O que há por trás de todo esse silêncio?

Você diz que está dividida e que eu preciso ver os dois lados da questão. Ora, seja mais firme, deixe de balançar nas suas posições.

Longe de mim querer me meter na sua vida privada, mas a impressão que dá é que você não se enxerga. Porque está longe de ter nascido virada para a lua e costuma se comportar como se fosse o centro das atenções.

Bunda, você mora de fundos, num lugar abafado. Nunca sai para dar uma volta, nunca toma um sol, nunca respira um ar puro. Vive enfurnada, sem o mínimo contato com a natureza. O máximo que se permite é aparecer numa praia de vez em quando, toda branquela.

Não é de admirar que esteja sempre por baixo. Tentei levar você para fazer ginástica, querendo deixar você mais para cima, mas fingiu que não escutou.

Saiba que você não é mais aquela, diria até que anda meio caída. E vai ter que rebolar para mexer comigo, de novo, da maneira que mexia.

Lembro do tempo em que eu, desbundada, sonhava em ter um pouquinho mais de você. Agora, acho que o que temos já está de bom tamanho. E, pensando bem, é melhor pararmos por aqui antes que uma de nós acabe machucada.

Sei que qualquer coisinha deixa você balançada, então não vou expor suas duas faces em público. Mas fique sabendo que, se você aparecer, constrangendo-me diante de outras pessoas, levarei seu caso ao doutor Albuquerque.

Lamento, isso dói mais em mim do que em você, mas você merece o chute que estou lhe dando. Duplamente decepcionada,

(Da irreverente Fernanda Young)

Injustamente abandonada

29 de maio de 2010 8 comentários

Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.
(Clarice Lispector)

Será só imaginação?

24 de maio de 2010 4 comentários

Como explicar o que tem sido a minha vida nesses últimos dias?

Não sei, e nem quero tentar, viver já me dói demais. Acho que eu tenho de seguir os conselhos do meu amigo e procurar urgente uma terapia, essa coisa chamada loucura está tomando conta de mim.

E, se eu enlouquecer, eu não ficarei na história para ser objeto de estudo para alunos que tentam entender a mente humana. Eu vou simplesmente ser esquecida pelas pessoas que me enlouquecem em vida.

A princesinha cresceu?

17 de maio de 2010 6 comentários

Desde criança e parte da adolescência, eu tentava acompanhar os sucessos musicais de Sandy & Junior. Eles cresceram, e eu também, e aos poucos fui deixando de ser tão apreciadora assim das músicas deles. Teve um momento que as letras ficaram meio bobinhas, não faziam mais o meu gosto, eram infantis demais.

A dupla acabou, e a "Maria Chiquinha" ficou só na lembrança dos arquivos de familia e dos programas. O Junior já não tinha tanto brilho assim porque era ofuscado pela sua irmã Sandy, por isso já era de se esperar pelo seu sumiço diante das câmeras. Mas Sandy deixou a dupla na certeza de que voltaria em carreira solo.

Fãs do Brasil inteiro aguardavam a tão esperada volta de Sandy aos palcos, revelando seu cd em carreira solo, esse que, segundo a cantora, seria seu "filho", disse também que voltaria mais madura, com outra roupagem bem diferente de quando era dupla com o irmão Junior.

Enfim, o cd manuscrito da cantora sai e a minha espectativa para ouvi-lo e tê-lo logo só aumentou, pois eu cheguei a pensar que ela viria com estilo mais MPB, tipo de Maria Rita, Maria Gadú, Ana Cañas, enfim, esse pessoal que tem um tipo de música autoral, que não faz tanto sucesso com a mídia, ou melhor, com a massa.

O fato é que as treze faixas do cd manuscrito não me surpreendeu em nada. É simplesmente a vida da princesa Sandy cantada por ela e agora por mais um zilhão de fãs. Não é de todo ruim, -inclusive, eu estou ouvindo agora a faixa de que eu mais gostei que chama "dias iguais" com a participação da cantora Nerina Pallot. Mas é só uma cantora da massa alegrando seu público.

O que se esperar de uma menina-mulher rica e de boa familia e tem tudo que deseja?

Ela brinca de fazer música e ainda ganha com isso.
Esse cd, na minha opinião, é só mais um dos seus realizáveis desejos que a deixará mais rica.

Minha vida com você. Cinco anos nos unem.

16 de maio de 2010 8 comentários

Eu sempre lhe falei que acredito que nossas vidas estão escritas em algum lugar com hora marcada para todas as coisas. No meu primeiro dia de aula com você, eu tive essa certeza, a certeza de que cedo ou tarde as nossas vidas se cruzariam bem além da uma sala de aula.

E foi o que aconteceu, o fato de você me escolher para ler aquele poema ("o amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que doi e não se sente; é um contentamento desconte; é dor que desatina sem doer") em voz alta para toda a turma ouvir não foi em vão, não foi porque eu sentava na frente como uma aluna certinha e cdf, foi porque, em algum lugar, onde as forças estavam ao nosso favor, decidiram por te colocar na minha vida.

O tempo passa, você vivendo a sua vida e eu vivendo a minha, você com as suas paixões; e eu com as minhas. Em um sábado bem cansativo para mim, pois tinha chegado do trabalho e ainda tinha que cumprir minhas obrigações na igreja, o telefone toca e eu fui incrivelmente surpreendida por tua linda voz ao dizer: "eu sou apaixonado por você". E em nenhum momento eu achei que fosse trote, porque parece que eu sabia que isso aconteceria, eu nem quis saber como você conseguiu o número da minha casa, porque nada além de eu viver aquele momento importava mais.

A partir daquele telefonema, as nossas vidas, e creio que, principalmente, a minha, tornaram-se um mar de inquietudes, vivemos o que tínhamos para viver até o momento de nosso amor se transformar em um grande (des)amor.

Nós sofremos muito para ficarmos juntos, e como sofremos, eu tive de abandonar muitas coisas para ficar com você, briguei com amigos, com a familia, lutei até contra Deus -uma luta meio em vão -, mas eu precisa tentar, viver esse amor, eu precisa tentar, sair do meu mundinho fechado onde tudo que eu vivia era previsível.

E o amor que você sente por mim há 5 anos é a recompensa de todo o meu sofrimento e dor, afinal, passar quase uma semana sem comer não é fácil. Mas sabe de uma coisa? Eu faria tudo de novo se fosse preciso. Mas a nossa história não é só isso. Só quem a conhece com intensidade somos eu e você, ninguém mais pode dizer isso ou aquilo, porque tudo que falarem é pouco diante do muito que nós temos e vivemos e somos um para o outro.

Cinco anos... já passamos por tantos momentos bons, viagens, risos, brincadeiras, descobertas, sonhos, planos, realizações. Mas em cinco anos também cabem momentos ruins, doenças, dor, medo da perda, brigas, pessoas que não gostam da felicidade do outro, inveja, mentiras, fofocas, enfim....

Ainda temos muito que viver, promessas ainda precisam ser cumpridas, palavras precisam ser ditas, momentos que ainda viveremos juntos. Hoje, o que eu sinto por você é mil vezes melhor do que eu sentia há cinco anos. O frenesi do início tornou-se essa calmaria do presente, você é o melhor momento da minha vida, você é a minha vida.

Mas esse é só o começo de uma grande história que eu quero vivê-la por muitos e muitos anos. Teremos um filho, que será o fruto do nosso amor e será o bem mais precioso que você pode me deixar ou que eu possa te deixar, afinal, a vida gosta mesmo é de surpreender, não é mesmo?

Cinco anos... te amando cada dia mais!

Alma e Corpo

10 de maio de 2010 7 comentários

Criado para ser encontro, o corpo sussurra, na pele do ser apaixonado, a mais profunda carência. Sozinho, o corpo seria triste, visto que negaria sua própria natureza, que é sentir outro corpo, sentindo-se. O prazer nos alegra!

E é assim que o desejo e é assim que, aos poucos, me aproximo. Em gestos delicados, condenso agora toda emoção em um toque, mas, antes que eu o tocasse, precipitei-me em suor. As mãos gelaram-se. Meu corpo, orgulhoso, estremeceu-se. Ao te tocar, perceba, fragilizo-me.

Sim, eu sinto. Mais: por meio de ti, eu me sinto. Se não fosse você, sozinho, eu desconheceria a desmedida de minha felicidade, que é, sob os desvios de tuas carícias, sentir minha carne suavizar-se.

Tua pele... na minha... minha carne, já molhada e febril, confessa: ofereces a mim o prazer de estar onde sempre desejei estar - em teu Corpo, lugar-carne que me acolhe; extrai de mim a certeza de que estou viva, imensa, alegre. Quase infinita.

Perceba. Sou oferenda entregue a essa humana carência de ser desejada por ti. Feliz carícia que desliza. Fragiliza-me. Retira-me da solidão. Por causa de ti, faço-me presente para não mais, a mim pertencer. Olhe, escute-me, eu te amo!

Imerso em suor e entre gemidos, eu, também, a amo, mais ainda, quando meu corpo entra em transe; mais ainda, quando minha carne se declara insana. Corpo que se contorce. Agiganta-se. Foge ao controle. Rebela-se. Transpira. Geme. Grita. Exagera.

Já pressinto o gozo, sensação de que irei, por alguns segundos, me desencarnar. Minha carne já pode sentir o sabor suado dessa vertigem. Quando gozamos, tenho a impressão de que somos lançados ao não-lugar, restando a essa breve viagem fechar os olhos e...e...hummmmmmmmm! isso é milagre.

Agora, após o orgasmo, meu corpo, cansado e feliz, tomba sob o teu, e, ao teu ouvido, sussurro que, sem você, eu jamais poderia sentir, sozinho, o que senti em minha carne e em meu espírito.

Tu foste o caminho por onde cheguei, mais sensível, a mim mesmo. Por meio de ti, sou devolvido a mim muito mais feliz. Só o outro, você, essa minha diferença, possibilitou o excesso. Saboreando tua carne, movimentando-me ao seu bel-prazer, vivi a alegria de não mais a mim pertencer. Fui teu. Saborosamente, teu.

_____________________________________
À minha amada Mony
De Aldo Nascimento

Parabéns, MÃE!!!

8 de maio de 2010 3 comentários

Numa gravidez meio que planejada, a filha mais nova de três irmãs nasce.. nasce de um ventre que passou por três abortos espontâneos devido a uma doença que a impedia de dar seguimento à gestação.

E, há 23 anos, eu sou testemunha de uma vida sofrida e muito batalhadora, a única que eu tenho como exemplo para tudo. É a típica mãe que faz tudo pelos filhos e não é só da boca para fora não. A ela, eu devo tudo que sou, serei grata pelo resto de minha vida por tudo que ela fez e por tudo que teve de enfrentar por mim em um momento dificil da minha vida.


Obrigada, mãe!

Nunca fui motivo de desgosto e, se fui, eu a soube recompensar com a minha felicidade. Fiz pouco, mas não foi tudo, ainda farei muito pela senhora, minha mãe, a minha vida só está começando, ainda quero ser motivo de muita alegria aos seus olhos.

E, hoje, nesta data tão especial, eu não tenho o melhor presente do mundo para te dar, mas te dou os meus sonhos, que, uma vez realizados, serão todos uma conquista sua também.

Hoje, mãe, esqueça as raivas do dia a dia, esqueça os problemas que a tiram do sério e seja feliz porque felicidade faz bem ao coração, e seus netos e futuros netos precisam conhecer essa mulher de fibra que a senhora é, e sempre foi.

Parabéns, mãe, por mais um ano de vida que a senhora completa.

Vida, longa vida!!!